Era madrugada do dia 9 de dezembro de 2021 quando Nilva Macedo recebeu uma ligação de um número com o código de Discagem Direta à Distância (DDD) 067, de Mato Grosso do Sul. Em um quarto pequeno de uma casa humilde, em Hortolândia (SP), para a diarista, o “mundo desabou”. Ela soube que o filho José Martins Macedo, de 19 anos, havia morrido em um confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, em Campo Grande.
“Meu filho morreu sem o direito de justiça. Falaram que ele era de uma facção e que estava lá para matar policiais, mas mesmo se ele fosse tudo isso, porque ele não teve o direito de pagar por isso, ir para cadeia e pagar preso? Mesmo com tudo isso, o vazio na minha vida e na minha família é enorme”, detalha a mãe de José.
Em 2020, 21 pessoas foram mortas por policiais, em Mato Grosso do Sul. Já em 2021, o número aumentou em 114%, saltando para 45 civis mortos, conforme o levantamento do Monitor da Violência com base em dados obtidos por meio de Lei de Acesso à Informação (LAI). Quando colocado em um ranking entre os estados brasileiros, Mato Grosso do Sul aparece como a unidade federativa que teve maior crescimento.
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.Data: 06/05/2022