Dia sem tabaco: riscos de cigarros e vapes

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Dia mundial sem tabaco foi celebrado nesta semana, dia 31 de maio com o objetivo de alertar sobre as doenças causadas pelo cigarro. A data foi criada em 1987 pela OMS – Organização Mundial da Saúde e este ano tem como foco a disseminação do uso de cigarros eletrônicos, muito presente entre os jovens.

Sarahjohnson1/Pixabay

Cigarro eletrônico

Cigarro eletrônico

Apesar de ser proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a comercialização no Brasil, os dispositivos são facilmente encontrados. Tal fator contribui para o consumo.

Dados da última pesquisa divulgada pelo Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia mostraram que 1 a cada 4 jovens de 18 a 24 anos no Brasil (23,9%) já utilizou alguma vez um cigarro eletrônico. Em 2022 esse percentual era de 19,7%, ou seja, 1 a cada 5 indivíduos na faixa etária, o crescimento foi de 21,3%.

Embora inicialmente tenha sido promovido como uma alternativa mais segura ao cigarro convencional, a evidência científica sugere que os riscos associados ao uso de cigarros eletrônicos são muito graves.

Acervo Pessoal

Dia sem tabaco: riscos de cigarros e vapes

Irritação, dores de cabeça, a auxiliar jurídica fala dos desafios para largar o cigarro

Fumante há dez anos, a auxiliar jurídica de 39 anos Rosiany Teles, na tentativa de se livrar do vício, trocou o cigarro comum pelo eletrônico. Ela resolveu deixá-lo porque estava se sentindo muito mal e incomodada com o mau cheiro que o fumo trazia na casa, roupas e cabelo.

Quando eu vi estava refém do cigarro eletrônico

No entanto, optar pelo cigarro eletrônico para deixar de ser fumante, não foi uma boa estratégia, isso porque ela conta que só trocou um vício pelo outro. “Quando eu vi estava refém do cigarro eletrônico. Quando não fumava, ficava ansiosa e com dores de cabeça”, descreveu.

A jovem começou a fumar aos 14 anos motivada pela avó que pedia para ela acender cigarro para ela fumar. Foram mais de uma década fumando, para largar o vício só depois de muita determinação, ela lembra que sentia dores de cabeça, nervoso e por muitas vezes acabava recaindo. “Ah!, não é fácil, eu tive que ter muita opinião”, destaca ela ao lembrar o que passou.

Embora as pessoas pensem que o vapor produzido pelos cigarros eletrônicos seja menos prejudicial que a fumaça do tabaco convencional, os prejuízos à saúde são grandes, porque contém uma série de substâncias tóxicas e cancerígenas. Entre as doenças causadas pelos vapes estão câncer no pulmão, doenças respiratórias, cardiovasculares, entre outras.

Acervo pessoal

Com aumento de doenças respiratórias, cuidados com a saúde devem ser redobrados no inverno

Médica pneumologista destaca que estar perto de quem está fumando causar diversos problemas de saúde

E não é só quem fuma que está sujeito a riscos, a médica pneumologista Amanda Almirão destaca que estar perto de quem fuma pode causar diversos problemas de saúde. Ela destaca ainda que tabagismo ativo e passivo são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão.

“Além do câncer de pulmão, também tem a doença pulmonar obstrutiva crônica, exacerbação de doenças respiratórias, como a asma, por exemplo, tanto para a pessoa que fuma, como para as pessoas que ali perto estão. Então, você prejudica você mesmo e quem você ama “, enfatizou.

Em Campo Grande a Secretaria Municipal de Saúde conta com grupos de apoio a pessoas que desejam largar o tabagismo. Ao todo são 18 unidades de saúde: as Clínicas da Família Nova Lima, Portal Caiobá e Iracy Coelho, a UBS Caiçara e as USFs Albino Coimbra, Ana Maria do Couto, Coophavila II, Batistão, Tiradentes, Moreninha III, Jockey Club, Vila Fernanda, Aero Rancho Granja, Itamaracá, Tarumã, Oliveira, Vila Corumbá e Jardim Presidente.

A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que, até 2025, sejam diagnosticados por ano, no Brasil, mais de 32.500 novos casos de câncer de pulmão. Ao todo R$ 125 bilhões, esta é a soma de quanto o país gasta, direta e indiretamente, com doenças relacionadas ao tabaco.

Renata Santos Portela
Especial para o Capital News

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